GALERA, SEGUE A BAIXO O DEPOIMENTO DA ÍTALA QUE SOFREU AGRESSÃO EM SALVADOR. FIQUEM ATENTOS!!!!
NÃO PODEMOS DEIXAR PASSAR EM PUNE!!!!
Era 00h30min de sábado quando falei para Henrique e Saturnino, dois amigos que me acompanhavam em um evento que estava ocorrendo no Centro Histórico de Salvador (Pelourinho) que queria ir embora, pois estava cansada... Fomos! Destino? O Bairro da Boca do Rio todos os três moram próximo e dividir um táxi "amenizaria os ricos de sermos confundidos ou assaltados" (pensávamos)... Ainda na saída do Pelô encontrei minha tia (Nelma Suely) e o meu tio ( Wilson Freitas) e o meu primo (Rafael Melo) e recusei o convite de ir para o ensaio do Ilê Ayê no bairro da Liberdade, reforçando a afirmação anterior de querer ir logo para casa... nos cumprimentamos eles entraram no carro e eu e os meus dois amigos continuamos andando em direção a Praça da Sé onde solicitamos o serviço de táxi do CEZAR AUGUSTO DA SILVA PURIFICAÇÃO... Ainda no meio do caminho o carro do meu tio acompanhava o táxi, nos cumprimentamos de longe... tudo parecia muito tranquilo dentro do carro, a conversa apenas se tratava do final da noite, do evento, do lugar por onde passávamos...
Chegando ao início da ladeira da Fonte Nova o taxista CEZAR AUGUSTO parou o carro e alegou que uma das portas se encontrava aberta, abrir e fechei minha porta e pedi aos outros que conferissem as outras portas, todos disseram "não tem nenhuma porta aberta!" eu complementei: ”por favor, taxista leve o carro adiante pois tenho medo de assalto" olhando pelo seu retrovisor ele ligou a lanterna do seu carro sinalizando algo que nenhum dos três entendia o motivo dele ter parado naquele local aquela hora...nesse mesmo momento ainda com o carro parado Cezar Augusto começou a gritar e a se debater dentro do carro, de maneira muito rápida travou as portas do carro com os três dentro e saiu do carro gritando e afirmando que era um assalto, que eu e mais os meus dois amigos éramos assaltantes! Neste exato momento uma viatura da policia civil a qual nos tínhamos passados sem perceber antes da ladeira atendeu aos sinais e acusações do taxista
Com armas em punho nos gritando e mandando todos deitarem no chão... eu e os meus amigos desesperados com os gritos e as acusações do taxista diante da policia saímos pela única porta aberta do táxi...nesse momento eu cair com a cara no chão...os meninos já estavam rendidos, eu levantei com a roupa toda ensanguentada e desesperada pedindo para que os policiais não atirassem, que nos éramos inocentes, que a abordagem deles era ilegal, um dos policiais pegou no meu braço me jogou no chão e em voz alta e com arma apontada para minha cabeça falou:" cala boca sua puta!, ilegal o quê sua vagabunda?" me viraram de costa no chão e com a cara no asfalto rendida começaram a me revistar, levantaram minha blusa procurando a arma, abaixaram a roupa de Saturnino, Henrique também rendido pelos os policiais clamava para nenhuma daquelas armas disparar contra nós.
Lembra do meu tio?Deus que o colocou no nosso caminho, atendendo ao pedido do meu primo que reconheceu que o táxi parado era o meu eles pararam o carro a alguns metros de distância e subiram a ladeira correndo gritando pelo o meu nome (detalhe, meu tio um homem negro subindo uma ladeira correndo após sair de um carro que acompanhava o táxi parado a alguns metros de distância seria ele mais uma vitima confundida)... Pedindo para não atirar, pois era uma pessoas inocentes que se encontravam no chão, minha tia já pensando o pior ao me ver no chão ensanguentada.
Ainda no chão os três humilhados e rendidos olhando para o desgraçado do taxista com a cara de cú tinha se tocado na atrocidade que ele tinha cometido, porém não acabou por ai, nós fomos interrogados no local, e fomos encaminhados e não acompanhados a delegacia o que se significa que a vitima não era Ítala , Saturnino e Henrique mas sim o canalha do taxista!
Levei cinco pontos no queixo e ainda estou com hematomas no meu corpo, na delegacia sabe o q disseram? Também vocês querem o q? Andando assim... Se vestindo assim... Fizeram meus amigos mostrar se realmente eles tinham dinheiro para pagar o serviço, nos coagiram afirmando um deles conhecer o Henrique de algum lugar, um dos policiais me gritava ao ouvir minhas reenvidicações mandando eu sair da frente dele ordenando que eu fosse sentar bem longe de suas vistas... e JUSTIFICAVAM que o CEZAR AUGUSTO era um trabalhador assustado, vitima de assalto por três vezes...
Quando afirmei que sabia os motivos de tal desconfiança, que o que ele tinha feito era racismo, calúnia, simulação... o policial me repreendeu perguntando se eu sabia o número da lei? Se ele tinha chamado eu e os meus amigos de "negros" de maneira pejorativo.
O fato é que a nossa cor é uma ameaça AOS HOMENS DA LEI , ao setor privado AO ESTADO, E O QUE ME DÓI É QUE CONSEGUIRAM COLOCAR PRETO CONTRA PRETO, para eles uma mulher negra deve pensar duas vezes antes de auto afirmar a sua ancestralidade nos seus cabelos na sua roupa no seu vocabulário, que dois homens negros não devem andar de calças largas, não devem ter tatuagem e muito menos andar de boné tarde da noite, ah! Quem mora na Boca do Rio também não deve ter dinheiro para pagar um táxi... Não é verdade? Ou seja, nos enquadramos nos padrões de sujeitos que ameaçam a segurança da sociedade.